terça-feira, 8 de setembro de 2009

História da Talita, mãe da Kessy.

Tenho três filhos, o Nero (tem em média 8 anos e portador do vírus da PIF, mas graças a Deus, não desenvolveu a doença), a Nara (gatinha de bolso que deve ter mais ou menos 1 ano e 2 meses) e a Kessy que deve estar para completar 1 ano, entre Setembro e Outubro.

Hoje vou contar a história da Kessy.

No dia 23 de Deszembro de 2008, fui a casa dos meus avós em Lorena (SP) para passar o natal com eles. Ao chegar lá, às 3 da manhã, ouvi miados que vinham da padaria do meu avô, que fica na parte de baixo da casa. Logicamente, no dia seguinte fui atrás do pequeno miador, e fui surpreendida com a notícia de que "o melhor caçador de ratos" da Padaria do meu avô havia comido veneno e era ele que estava miando na noite anterior. Meu tio fez com que o gato vomitasse após perceber que ele havia comido veneno, mas ninguém mais o vira desde a noite anterior. Pedi que me avisassem, caso o gato aparecesse e depois de dois dias, minha afilhada subiu as escadas correndo para me avisar que o "caçador de ratos" tinha aparecido.

Como se tratava do "melhor caçador de ratos" eu imaginava que iria encontrar um gato ENORME, porém o que eu vi foi uma gatinha de no máximo 3 meses que não conseguia se quer ficar em pé. Fui até uma clínica vet e pedi atendimento, mas pedi para a vet me deixar depositar o dinheiro na conta no dia 05, porque o único dinheiro que tinha era da minha passagem de volta, pedi ajuda a alguns parentes, mas a impressão que eu tenho é que eles tem uma mentalidade primitiva que gatos servem apenas para caçar os ratos e ninguém me ajudou. A vet que disse não viver de caridade, me disse para dar soro caseiro na boca dela e fazer com que comesse, comprei whiskas sachê, eletrolítico e foi assim que comecei a cuidar dela, dava o soro a cada 2 horas na boquinha dela e ela começou a se fortalecer. O que mais me admirava nela, era que apesar de tudo, ela era uma gatinha extremamente carinhosa, ronronenta e amassadra de pãozinhos. Me seguia pela padaria e miava quando ouvia minha voz.

Pedi permissão para trazê-la comigo, minha intenção era fazer LT, tratar, castrar e doá-la, mais uma vez ouvi um NÃO, a pessoa me disse que logo "ele" estaria caçando ratos novamente. Foi então que comecei a planejar um "sequestro", quando disse a minha mãe (gateira de carteirinha), que meu pedido foi negado, ela me disse: "rouba", eu como filha obediente que sou, segui o conselho dela. rs

No dia seguinte (28 de Dezembro) acordei cedo e para minha sorte, meu tio ainda não estava na padaria e com a ajuda da Fatinha, um verdadeiro anjo, a trouxe dentro de uma mochila.
No dia seguinte, segunda-feira, a levei até a vet que não me deu muitas esperanças, ela estava bastante anêmica e com a saúde debilitada. Começamos então, o tratamento com Glicopan e ração de qualidade, a adaptação com o Nero foi complicada, porque eu não poderia isolá-la no banheiro como fiz com a Nara.

Na primeira noite, já estava totalmente decidida a ficar com ela, ela dormia acariciando meus cabelos, precisaria apenas convencer meu pai, que apesar de não manter os gatos é o dono da casa. Ele estava viajando e teria que esperar chegar.

Com o passar dos dias, percebi que ela não conseguia ficar muito tempo deitada, procurava locais quentes para ficar, as patas e as pontas das orelhas estavam sempre geladas e sua respiração era acelerada e ela dormia com a boca aberta. No dia 02 de Janeiro de 2009, relatei isso a vet e ela acreditava que aceleração acontecia devido a anemia. Continuamos o tratamento, e como ela não havia melhorado a vet pediu exames: RX do tórax, Hemograma e Ecocardiodopler.

Quando ela fez o RX já percebi que havia algo errado pela feição do vet, a confirmação de que era algo sério veio quando ela fez o Eco, a suspeita era de hérnia diafragmática, ninguém sabia como ela ainda estava viva, brincava, comia, corria e tinha ganhado peso.

Voltamos então, ao consultório da vet e ela nos indicou um cirurgião, eu não sabia nem de onde tirar o dinheiro, pensei em levá-la a USP, mas não haveria tempo. Recorri então ao meu pai que já estava em casa e estava ainda meio contrariado com o fato de eu ter adotado uma gata doente. Me fez prometer que ela seria o último animal que eu traria para casa e me "emprestou" (deu) o dinheiro.

Levamos então minha bebê até o hospital e mais uma vet ficou espantada com a força de vontade dela. Ela foi internada no sábado e operada na segunda-feira. O vet que fez a cirurgia estava bastante desanimado quando fui visitá-la no fim da tarde, disse que ela perdeu muito sangue, o fígado estava muito inchado, o pulmão tinha líquido e ele não sabia como ela ainda conseguia respirar. Lembro de ter perguntado: " Doutor, o pior já passou não é?" e ele me respondeu: " Ela está demorando para retornar da anestesia e temos três possibilidades para amanhã, ela surpreender a todos e estar correndo por aí, ela começar a se recuperar lentamente ou a que nós não queremos mas pode acontecer que é ela vir a óbito".

Quando saí de lá, ela ainda estava anestesiada, e toda minha esperança havia sido arrancada do meu peito, pelas palavras dele. Tive uma noite extremamamente longa, esperando o telefonema da veterinária de plantão. Na manhã seguinte liguei e mais uma vez ela surpreendeu a todos, voltou da anestesia as 2 da manhã, usou a caixinha de areia e comeu ração seca, não quis A/D Hills. No meu horário de almoço fui visitá-la e voltei no fim da tarde para conversar com o cirurgião.

Ele disse que estava espantado com a recuperação dela, e que só não daria alta para ela por que tinha tirado todo o intestino dela para fora para ver se não havia nada de errado e agora queria ter certeza de tudo funcionava normalmente. No dia 15/01/2009, quinta-feira, trouxe minha guerreira para casa, ela me enlouquecia com suas traquinagens, mesmo estando com 20 pontos externos, era super ativa.

Ela se recuperou super bem e sempre foi meu chiclete, aonde vou ela vai atrás.

Passaram-se alguns meses e percebi um caroço em sua barriga e adivinhem: outra hénia, dessa vez na alça do intestino, marcamos a cirurgia para 08/07/2009, após a anestesia a vet procurou a hérnia e localizou-a em outro local, eu sabia que não era ali, e dizia a ela, mas ela disse que estava mais em cima.

Deixei minha princesa lá para fazer a cirurgia, teve alta no mesmo dia, quando fui fazer curativo vi que a hérnia continuava lá, levei novamente a vet no dia 11 e ela disse que teria que operar novamente, me assegurou que tirou uma hérnia na 1º cirurgia. Foi então que minha bebê passou por outra cirurgia.
Graças a Deus, se recuperou bem também.

Agora está aqui, deitada no sofá, enquanto digito. Todas as vezes que olho para ela lembro a lição que ela me ensina constantemente: Não importa os obstáculos, quando se tem vontade de viver, superamos todos eles.

Ela me encontrou no final de ano que seria o mais difícil de minha vida, o 1º sem minha vózinha e agora alegra minha vida, supriu um pouco do vazio que existia em meu coração. Todos os dias, ela me espera miando do lado de dentro da porta de casa e para mim, não tem dinheiro que pague isso. Nunca me arrependi de ter "sequestrado" minha neguinha como fiz e faria tudo novamente poruqe minha vida não teria sentido sem ela! Ah....8 meses depois e com 3,950 Kg, ela continua um chiclete e super ronronenta. E agora acreditamos que ela era uma "caçadora" mesmo, vira uma verdadeira Fera, quando a vet a examina ou quando vê os "tios", Bóris e Luna.


A foto em que ela está no chão, é uma dela ainda na padaria. A da mochila azul, foi no ônibus, quando vinhamos para São Paulo. E a que ela está de coleira foi aqui, já recuperada e tomando um solzinho na rua.

2 comentários:

Unknown disse...

Que ótimo ver a história da minha princesa aqui! É muito bom termos um espaço para divulgarmos a história dos nossos filhos! Parabéns pelo blog.

Bjs

A. disse...

Oi Talita! :-)

Volte sempre, avise às amigas, peça pra elas mandarem suas histórias, sustos, milagres, alegrias.

O espaço é das mães...e dos pais, né?

Beijos