sexta-feira, 30 de agosto de 2013

E se..

Hoje cheguei do trabalho e meu filho tinha subido na minha cama. Não vomitou o dia todo, miou pra mim, reagiu aos meus movimentos.. Ele não tá nada bem. Os exames dele estão cada vez piores, mesmo com todo o tratamento.. 

Mas e se alguma parte dele ainda estiver forte o suficiente pra fazer ele seguir em frente? E se o nosso amor é tão forte que tá fazendo ele ter algum ânimo? E se, ainda assim, essa sobrevida não estiver sendo boa pra ele? E se alguém pudesse responder: o que é melhor pra ele? E se a gente resolvesse ser racional? E se ele realmente estiver agonizando, mesmo sem demonstrar, e o nosso egoísmo, desespero amor não nos permite perceber isso? E se você pudesse falar, filho?

 Tudo ia ser tão mais fácil.. Só queria saber o que você tá sentindo, de verdade. E espero que seja melhor do que o que tá acontecendo aqui dentro. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Brinquedo! Torre felina!


Tem uma estante velha em casa, de praleteiras mais larguinhas (estilo IKEA) e não sabe o que fazer com ela? O MdF te dá idéias!

Resolvi pegar uma que estava de bobeira na sogra. Primeiro marquei o espaço para o felino subir e descer, esses vãos. Não, não fiz no olhômetro porque ia dar encrenca, então peguei uma prateleira , coloquei o meliante sentadinho em cima e desenhei o contorno do quadradinho. Aí, fiz um molde de papel da própria prateleira e marquei com lápis em todas as outras.

Aqui tem a facilidade de pedir pra cortarem na loja, mas que me lembre,  na Leroy Merlin do Rio eles faziam e em lojas que trabalham com madeira, também. Se o sem jeito mandou lembrança ou se você não tem as ferramentas nem espaço, vá à uma loja e peca para cortar. Não esqueça que você precisa alternar, olhe bem pra foto. 


Depois de tudo cortadinho, pegue o molde de papel e calcule quanto vai precisar de carpete para todas as prateleiras - teto incluso. Nessas lojas de decoracao tem carpete, na Leroy tem uns baratos. Precisa comprar cola também, especial para carpete ou cola de madeira. Depois que cortar as prateleiras, cole o carpete, passando a cola com o pincel pra não empapar. ATENCAO, espere uns quatro dias para secar bem, essas colas são tóxicas.

Como as prateleiras aqui são de um tipo de compensado, foi só dar uma ajeitada e não ficou farpa nenhuma. Confira direitinho, pro seu filho não se machucar, certo? Também veja se os apoios das prateleiras aguentam bem. Eu testei usando minhas mãos imitando os pulos deles. Descobri que é bom colocar dois pingos de cola superbonder nos apoios e nas prateleiras, colando um ao outro. Seguro morreu de velho.

Depois de quatro dias secando, cheire para ver se está ainda muito forte. Não está? Borrife catnip ou espalhe a ervinha na base da torre (não espalhe no alto porque tem uma galera que literalmente deita e rola no catnip) ..... e divirtam-se!

terça-feira, 9 de julho de 2013

FELV e LTCI

FELV é um mistério. Mesmo lendo, mesmo conversando com veterinários - e olha que agora converso com gente de uma porcao de lugar - nao há consenso. Antigamente, havia sobre a letalidade: quando comecavam os sintomas, pouco se poderia fazer, era questao de meses. Hoje em dia, nem a letalidade é mais consenso, por conta do ;LTCI (Lymphocyte T-Cell Immunomodulator). Nao satisfeito em agir contr a FELV e FIV, aparentemente também conseguiu remissao da PIF (em inglês, FIP), veja aqui.

Sempre desconfio de cura milagrosa, mas pelo que tenho lido, o remédio é promissor! A Healing Hearts, um abrigo americano, aceitou ser cobaia da Imulan para testar o LTCI e o resultado foi excelente até agora, tanto com PIF, como com FELV, como com FIV.  Queria eu ter sabido disso há dois meses atrás...

Vendido nos EUA e fabricado pela T-Cyte, ele é um modulador imunológico. Em outras palavras, ele reaviva o sistema imunológico do felino. Eles explicam no site que pode nao ser a cura, mas traz de volta as defesas, quando o tratamento é feito corretamente. O tratamento, para realmente funcionar, tem ser do início, Li num blog de um casal que o tratamento nao foi feito direito, o veterinário americano tirou um monte de dinheiro deles e a neneca faleceu, apesar de ter tido bons meses finais. 

Escrevi para a empresa e descobri que para mandar pra Alemanha, sao cerca de 700 euros, o tratamento inteiro,  e precisa ser requerido por um veterinário. Para o Brasil, o procedimento é o mesmo, mas percebi que a burocracia para o produto entrar seria mil vezes maior. 

Para a maes terem uma idéia, a quíntupla (vacina que protegeria contra a FELV ) dificilmente é encontrada no mercado brasileiro. Produzida pela Merial, quando questionei o porque, eles disseram que nao costuma mesmo ser pedida pelos veterinários, além na burocracia brasileira.

Pera. Como assim? 

É. Muitos veterinários acreditam que a quintupla simplesmente nao funciona, que é só 80% de protecao (vamos lembrar dos ambientes supercontrolados desses testes) ou nenhuma, portanto nem pedem.  Porém, como bem me disse uma especialista em felinos, 80% é melhor que nada. 

Aí vem a questao do sarcoma vacinal. O que é isso? É um tipo de câncer, bem agressivo, que dá por causa da picada da vacina, tanto que os veterinários costumam aplicar vacina sempre em locais diferentes ou na cauda. Porquê? Porque se der o sarcoma, é possível amputar o membro sem perda de qualidade de vida pro paciente. 

Só que a Merial tem um sistema de aplicacao a vácuo, que minimiza o risco. É pedir pro veterinário (especializado em felinos). Eu, aqui do meu lado, vou ler mais.  E se alguma mae ou pai tiver mais informacao, partilhe.

Informacao partilhada entre pais evita muito choro e distribui muitos sorrisos. Vamos lá fazer mais gente sorrir!


domingo, 7 de julho de 2013

Olha Todas Nós Aí!


 Olá a todas e todos. Com a doenca da Susanna, nem lembramos de vir aqui mostrar o trabalho da Fátima Chuecco, jornalista que entrevistou uma de nós para a revista Meu Pet, que saiu em Junho deste ano.

Quando recebemos o print da reportagem, vimos que a foto escolhida foi justamente com a Susanna, que nos deixou em 15 de Junho, num sábado de sol, no jardim da avó, nos bracos dos pais. 

Entao, na Meu Pet de Junho, nossa menina, Susanna Maria, está na foto, ainda alegre e feliz com sua mae, que nunca vai esquecê-la. 

Às maes e pais dessa pracinha, nosso muito obrigado. Sem vocês, jamais estaríamos na revista, nao teríamos tido apoio na doenca dela, nao poderíamos apoiar uns aos outros, o escrever nao teria sentido. 

Nós, do blog Maes de Felinos, somos gratas por termos vocês ao nosso lado, e pela oportunidade fantástica que Fátima e a revista nos deram para divulgar nosso espaco.

Sim, nosso. Porque as dores e alegrias aqui, sao de todos. Esse blog é de todos nós.

Beijos!

domingo, 9 de junho de 2013

Cittá América!

Postando email com foto e video, para nao deixar dúvidas! Nós, do Maes de Felinos, já auxiliamos esses felinos de forma individual (nao somos protetores)  e através de alunos e clientes.  O ator Paulo Silvino também esteve no local para alimentar os gatinhos e é claro que contra um homem famoso, o shopping nada fez.

A você, que passa por lá, que trabalha lá, leve um pouco de comida, de água. Tire fotos. Adote um deles. Cole um pedaco de papel A4 escrito "neste shopping matam gatinhos de fome". Proteste.

Crueldade tem limite. A veterinária do local nunca furtou-se a ajudar o shopping. Poderia-se fazer uma feira de animais, como sugerimos em email, há uns dois anos. Mas nao. Bonito mesmo, na cidade da Copa e das Olimpíadas, no shopping abandonado, é matar de fome. Claro.

Os lojistas que se preparem. Existe muita gente BOA que mora na Barra da Tijuca. E essa gente BOA nao vai mais frequentar o ser shopping. Bom momento para outros shoppings oferecerem a mao amiga e fazerem a feira de adocao, para atrair a gente decente do bairro para outros locais. Ou para os lojistas pedirem medidas que nao sejam covardes e baixas, como há tempos foi o veneno e agora, a fome.

Segue o email.

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Rômulo Caldas Braga  
Enviado: Sáb 8/06/13 10:12 
Prioridade: Normal 
Assunto:
PROTETORA IMPEDIDA DE ALIMENTAR GATOS EM SHOPPING DA BARRA

Ontem fui surpreendido por uma cena insólita em meu caminho: três seguranças e um administrador falavam com voz alta para uma senhora e montavam guarda bem de perto para impedi-la de alimentar gatinhos do shopping Citta America na Barra. Como se ela estivesse cometendo crime contra o patrimônio, o alimento foi jogado fora por eles e a pm foi chamada. Uma gatinha menos tímida lambia uma bacia vazia e, frustrada, esperava saciar sua fome com algum resíduo deixado.


O carro da policia e dois policiais que chegaram nos retiveram, pediram identificação, anotaram todos os dados e recomendaram que ela não retornasse ou a levariam à delegacia. Faziam seu trabalho, numa leitura simplista, já que foram solicitados ao local. Os funcionários do shopping, assim pensando, também faziam seu trabalho, recebendo ordens de impedir aquela ação humanitária. Legalmente e inclusive para os órgãos públicos, nada se pode fazer porque a área é privada e eles não são obrigados a manter animais em suas dependências. Parece simples...mas não é.


Sou veterinário, e acompanho a alguma distância o desenrolar dos fatos que ocorrem entre a administração desse shopping e um pequeno grupo de senhoras que tentam por seus próprios esforços, recursos, tempo e persistente trabalho de alimentar, "castrar", tratar e conseguir adoção para a colônia de gatos que vive no local há 4 anos. Elas não os colocaram lá, mas se dispõe voluntariamente a fazer caridade sob chuva ou sol, feriado ou dia-santo, inclusive resolvendo a situação para o próprio shopping. É uma abnegação, um ato de humildade e de entrega, que só por isso deveria ser louvável, mas se torna mártir quando precisa enfrentar constrangimento, assédio moral, brutalidade. Fiquei ali, observando como homens altos e fortes, alguns uniformizados, direcionando seus celulares para filmar a situação, levavam aquela pequena mulher a um vexame público e ainda reclamavam que tinham sido ameaçados por ela, hiperdimensionando uma situação que parecia inacreditável: ela queria alimentar os gatinhos mortos de fome!!

Policiais chamados, numa cidade repleta de violência, crimes e emergências... 6 homens juntos, parados, para conter uma... uma o que? protetora? Deus, como eu admirei essa mulher... Ela é muito mais forte que eu, que eles, que o shopping. Os gatos estão morrendo atropelados, estão famintos, doentes, mas ela não desiste. Ela vai enfrentar assim mesmo, temendo ser presa, intimidação física, moral, psicológica... há 4 anos!

Quem é o shopping que faz encontros de música para seus frequentadores mas distrata pessoas verdadeiramente respeitáveis e admiráveis com valores tão dignos como cuidar de um ser indefeso? Como me relacionar com pessoas que não conseguem negociar uma opção viável numa questão tão local, tão doméstica? É o shopping que vc frequenta, que vc trabalha?? E é você que reclama dos gatos soltos pra administração?! Ou não se posiciona, não fala nada, no máximo passa e olha, mas não vê a fome, o sofrimento e dura vida de quem luta pra viver ao relento.

"O que me preocupa não é o grito dos violentos, é o silencio dos bons". Martin Luther King

Rômulo Caldas Braga
medico veterinário
CRMV-RJ 4623


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Muito Prazer, Eutanásia.

Tem coisas que a gente só ouvia falar. Sabia muito de longe, sempre acontecendo com alguém mas nunca com a gente. Parece aquele parente que mora longe, que a gente ouve falar muito, mas nunca deu as caras de verdade, até o dia em que a criatura bate à nossa porta e nos diz: - Oi, muito prazer, eu existo e acabei de entrar na sua vida. 

 Assim foi com a Eutanásia. Na verdade, a gente já tinha se visto de longe numa UTI em 2006, mas foi só um encontro de olhares. Em 2009, nos esbarramos, ombro com ombro. Mas nunca nos apresentamos formalmente, nunca conversamos.

 Tem dois dias, essa senhora tocou aqui a campainha e chegou de malas e sacolas. Se apresentou, sentou na cama do lado da nossa mais nova e nos falou com familiaridade, como a parenta distante que de repente aparece. Contou da vida e falou muito da morte também. De sofrimento. Das vezes em que a gente se viu, se esbarrou, mas nem se falou, apesar de eu ter pensado nela.

 Olhei pra nossa pequena. Mal se mexe. Vai ao banheiro, volta. Sobe na cama. Há exatos 20 dias essa é a sua vidinha. Não come. Tudo é na seringa. Ronrona feliz quando estamos todos juntos. Não bebe mais água, também precisa forcar. Não pula mais no parapeito telado. Dorme abracada no meu braco ou no do meu marido. Tem fluido no abdome. Pode ter PIF também. Pode não ter. Pode ter saudade dos irmãos, agora separados em cômodos diferentes. E Dona Eutanásia sorri das minhas dúvidas. Ela sabe esperar. E na FELV, a espera não costuma ser em vão, então pegou as sacolas, as malas e foi se instalar no quarto de visitas, dizendo que conversaríamos mais no jantar.

 Não tenho fome. Nossa pequenina também não. Cheira a comida quando está num dia bom, se está num dia ótimo, lambe. Mas não come. Sofre a minha pequena? Não sei. Queria saber.

 Dos outros dois encontros de longe com a Dona Eutanásia eu sabia o sofrer e também sabia que a luz no final do túnel era um trem vindo. Mas e agora? Escreve a veterinária do Brasil. Escreve o veterinário dos EUA. Conversamos com o daqui. Todo mundo diz pra eu mandar a parenta embora, mas todos também dizem que estão ouvindo o apito do trem, e que ele pode estar longe ou perto.


 Eu deito na cama, abraco a pequena e canto. O refrão diz Avinu Malkeinu e eu choro, porque não entendo o porque do sofrer dela. Porque ela, um bichinho inocente? Mas nao tem porque. Merda acontece e ponto final. Acontece com filho humano, com filho felino, canino, com tudo. Simplesmente acontece e a gente que lide com o que está acontecendo. 


 A Dona Eutanásia vai mexendo nas panelas, se espalhando. Não temos forcas pra mandar embora, nem pra deixar ela fazer o que veio fazer. É o limbo, e o limbo é pior que o inferno, pelo menos assim dizem. 

 Me lembro do Dr. Kevorkian. Assisti à uma entrevista que ele deu. Ele sempre dizia que é direito da pessoa acabar com a própria vida, ainda mais se houver sofrimento. Mas e se a pessoa não sabe falar? Os olhos da minha pequetita às vezes são tristes, as vezes brilham de curiosidade e alegria, especialmente quando anda de ônibus. Como saber? Não tem como. Tem? 

Deito do lado dela e tem vezes que ela ronrona, tem vezes que não. Já dormiu segurando a minha mão. Tem uma semana que não mia mais, a minha tagarela. 

 Sentamos no sofá da sala e D. Eutanásia puxa a cadeira reclinável. Acomoda-se com um sorriso. Nós temos essa presença incômoda em casa. A parenta que parecia abstracao virou concreta, dura, real ali no meio da sala colorida, que nossa bonequinha ainda nem conheceu.

 D. Eutanásia tem todo tempo do mundo.

 E minha filha, quanto tempo tem? Ninguém sabe. O relógio do quarto faz seu tic tac e eu acabo desejando que ele tivesse parado um dia antes dela ficar doente. Mas ele continua, enquanto D. Eutanásia cochila na cadeira da sala. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cistite Idiopática Felina (CIF), Problemas Renais e o Stress.

CIF nao é dos problemas piores. O problema é que essa CIF evolui pra brabeiras e ela pode ser causada ou piorada, pelos seguintes fatores: quebra pau entre felinos, pai e mae for a de casa, mudanca de casa e obras – que também fazem mal aos pais, diga-se de passagem. Aí o filho felino comeca a fazer xixi fora da caixinha e a baixaria do abandono comeca junto. A xixizada fora do lugar é citada como principal motivo de abandono (Little, 2007; Herron, 2010), sendo que nao é porque o gatinho é safado que está dando um mijadao no chao. Nao, é por causa da CIF, que é um dos ou até mesmo o principal diagnóstico diferencial pra esse comportamento. Há os que marcam território? Há, ou porque nao sao castrados ou por estresse. Um gato que marca dentro de casa indica necessidade de o proteger melhor e que se sente ameaçado ou inseguro no seu território (Colin, 2010. Quando as marcas surgem em diversos pontos destacados da casa, como junto de portas e janelas, pode indicar que se trata de comportamento de marcação devido à ansiedade. Ou seja, se tratado, o xixi onde nao deve vai parar e tudo vai ficar bem. Mas é mais fácil jogar na rua, no abrigo, etc. Claro.

 Mas doenca nao aparece do nada. Como essa se instala? Pelo que li, através de um ciclo vicioso. Em veterinaês, tá escrito que os nervos sensitivos estão localizados na submucosa e são constituídos essencialmente por fibras de dor, amielínicas, denominadas fibras-C. Quando estas fibras são estimuladas, é transmitido um impulso até à medula espinhal, que é percebido como dor pélvica. Para além desta sensação de dor, ocorre também a liberacao da substância P, um neurotransmissor que potencia a inflamação. A substância P desencadeia uma cascata de acontecimentos, tais como: vasodilatação dos vasos intramurais, aumento da permeabilidade vascular e da permeabilidade da parede vesical, edema da submucosa, contração do músculo liso e desgranulação dos mastócitos. Em outras palavras, dói e a dor gera mais estímulo pra infeccao. Mas nao só a dor. 

O estresse, segundo uma publicacao(Gunn-Moore, 2003; Hostutler et al., 2005) é o fator primordial para o desenvolvimento dessa doenca. Também foi observado que pouca atividade física, a ocorrência de chuva intensa no período precedente ao aparecimento dos sinais (enchente, trovoadas bizarras, tornado), fatores de stresse como mudança de habitação nos últimos 3 meses ou a presença de mais de um gato na habitação (em especial quando existem conflitos entre eles) e uma dieta para gatos à base de ração seca constituíam os principais fatores de risco para doencas renais. Notaram também, que os animais aos quais era dada a oportunidade de caçar apresentavam um risco menor de desenvolvimento de problemas renais(Jones et al., 1997). Cacar aí nao precisa ser cacar passarinho, mas tem O QUÊ cacar, seja o que for. Bolinhas, brinquedos. O seu pé, dando bobeira no corredor. 

 O sinal clínico mais comum que algo está errado é o xixi em local impróprio(Little, 2007; Dowers, 2009). Outros sinais observados em gatinhos com FIC são: vontade de fazer xixi o tempo todo -e so faz só um pouquinho - sangue na urina, dificuldade de urinar, dor pra urina, vocalização e agitação enquanto urinam, lambedura compulsiva da perereca ou do piu piu numa tentativa de aliviar a dor e, até arrancar os pêlos da regiao (Gunn-Moore, 2008). Os gatinhos afetados que fazem xixi fora da caixa geralmente têm preferência por superfícies frias e não abrasivas, como chão de azulejo ou cerâmica (Cornell, 2008) Como o cálculo renal ocorre em aproximadamente 12-15% dos gatos com problemas renais, é importante a realização de uma ecografia abdominal, por ser um procedimento não invasivo muito útil para descartar a presença de massas, pólipos, coágulos e cálculos vesicais, em especial os que nao sao vistos nas radiografias. Apesar de ser um bom método de diagnóstico, a ecografia não é o exame mais indicado para avaliar problemas uretrais. Para isso, há a análise da urina, um exame de rotina muito importante.Nela percebe-se se há sangue na urina, mesmo que pouquinho, cristais ou glóbulos brancos (sinal de infeccao).

A densidade urinária costuma ser maior em gatos alimentados a ração seca. Os três principais pilares do tratamento da FIC são: redução do stresse, alteração da dieta e remédios (Gunn-Moore, 2008).Um gato que fica em casa sozinho o dia todo pode tornar-se ansioso, deprimido e com problemas médicos e comportamentais. Além disso, se viver num ambiente sem estímulo ou com pouca atividade,vai passar o dia dormindo em vez de se exercitar, tornando-se um gato pouco saudável e muitas das vezes obeso (Cornell Feline Health Center, 2008). Segundo Carlstead e Shepherdson (2000) gatinho saudável é aquele que é gatinho, nao vive acuado, escondido, comendo demais ou de menos, dormindo demais ou de menos. Interage positivamente e se adapta bem às mudancas. Aí que entra o Enriquecimento Ambiental (EA), que a gente vai falar em outro post. Sobre a comida, eu li que a racao comercial seca provoca o retorno da doenca em 39% dos felinos, enquanto gatos alimentados apenas com dieta comercial de lata apresentaram uma taxa de recidiva de 11%.Como diminui a densidade urinária, é parte fundamental do tratamento da FIC (Westropp & Buffington, 2010) Só que nem tudo sao flores: É importante que sejam evitadas as comidas de lata com alto teor em fibra, porque promovem a perda de líquidos, originando uma diminuição da produção urinária e mais concentracao, pro conseguinte a volta do problema.(Gunn-Moore, 2008). Olho na tabela nutricional!! 

A alimentação deve simular o comportamento alimentar normal do gato: consiste em pequenas porções diversas vezes ao dia (AAFP, 2005). O trato digestivo felino é relativamente pequeno e portanto quando o número de refeições diárias é restrito pelo dono, os gatos não têm capacidade de consumir numa oportunidade a quantidade que necessitam para as horas seguintes. Por este motivo, a forma ideal de alimentar um gato é proporcionar-lhe ração à vontade para que este possa alimentar-se sempre que necessitar. Outro problema que a imposição de refeições é o fato de o gato, não conseguindo ingerir todo o alimento de uma só vez, deixar comida na tigela o que o dono por vezes interpreta como a racao sendo ruim. Isto faz com que os pais procurem dietas mais palatáveis e consequentemente mais calóricas, atitude que pode dar em problemas de obesidade (Heath, 2009). De forma a estimular o comportamento de caça do gato e lhe proporcionar algum enriquecimento físico e mental, pode optar-se por distribuir a ração por diversos pontos da casa de modo a que o gato aumente o seu nível de exercício tendo de procurar a comida (AAFP, 2005). 

 Água em abundância é mais que importante, porque diminui a densidade urinária e a concentracao das porcarias que o xixi carrega. Mas como fazer esses aprendizes de camelo a beberem mais água? A maioria dos felinos prefere comer num lugar e beber água em outro e perto do banheiro, nem pensar. O material preferido da galera, segundo essa pesquisa, sao as vasilhas largas, feitas de vidro, cerâmica e metal e sempre cheios de água até o topo, porque a mocada nao curte enfiar a cara no pote, já que dá nervoso sentir os bigodes na lateral da vasilha (sério). A água tem que estar sempre limpa e renovada com frequencia(Hostutler et al, 2005). Uma boa idéia é sempre a fonte ou torneiras abertas direto (mas aí a ecologia vai pro buraco). Você pode oeferecer também água destilada(desmineralizada) em outro pote (Little, 2007). Se mesmo assim seu filho continuar a querer virar camelo, quando você cozinhar peixe, carne ou galinha, coloque a água da cozedura pra ele.(Gunn-Moore, 2008) 

 O estresse da hora do xixi pode ser particularmente significativo, em especial nos gatos que sofrem de FIC. Deste modo, é obrigatório ter um local seguro, de fácil acesso e que assegure alguma privacidade pra esses momentos(Little, 2007). Um número apropriado de caixotes de areia é importante para que cada gato tenha um caixote sempre disponível e não o tenha de partilhar com gatos de outra gangue(Gunn-Moore, 2008). Este número pode ser alcançado, implementando a Regra do “1+1”. Assim, se só existir um gato na casa, devem ser disponibilizados dois caixotes; já se forem dois gatos, deverão existir três caixotes, e assim sucessivamente (Westropp & Buffington, 2004). Agora, vamos ter nocao, né? Nao adianta coisa nenhuma ter dois caixotes de areia, lindinhos, um do lado do outro, se seus felinos nao sao os melhores amigos um do outro (Gunn-Moore, 2008). Separem as caixas, faz favor. E se você mora em casa com dois andares, a regra vale pra cada andar. Também nada de colocar a caixa em local que tem aparelho barulhento. A caixa de areia nao pode ser pequena, o ideal é uma vez e meia o tamanho do felino(Overall & Dyer, 2005). Veja se ele ou ela curtem o banheiro fechado ou aberto. Uns acham o fechado o máximo, outros ficam achando que alguém tá lá fora só à espreita.(Gunn-Moore, 2008) 

O substrato (areia, farinha de mandioca,etc) nao pode ser duro de machucar as almofadinhas e areia perfumada é furada(Westropp & Buffington, 2004).Como dizia meu ex marido, parece que mijaram na roseira. Tem que ter areia suficiente pra ele cavar e enterrar as coisas, nada de mixaria, hein? Limpar sempre e lavar a caixa uma vez por semana é importante, porque o cheiro de amônia faz com que a mocada nao use mais a bandeja sanitária.(Cottam & Dodman, 2007). Para além destas questões comportamentais um fiote pra lá de estressado pode apresentar alterações da atividade como apatia, depressão, redução do comportamento de exploração, da interação social e do comportamento de marcação facial (se esfregar nos pais, dizendo que é dele e de mais ninguém), diminuição do tempo de brincadeira, do «grooming» e aumento das horas de sono (Manteca et al., 2007). 

Mesmo enquanto dorme ou descansa, a postura do gato pode indicar aos pais o estado de espírito do mesmo. Um gato relaxado pode dormir em decúbito lateral ou dorsal, com a cauda e patas esticadas, enquanto que um gato ansioso descansa em decúbito ventral, com os músculos contraídos e abanando a cauda (Colin, 2010).O fofo pode apresentar também alterações do apetite que se podem manifestar tanto por défict, anorexia, como por excesso, bulimia (Colin, 2010). É importante perceber se a alteração é de origem psicológica ou se existe doença médica subjacente (AAFP, 2005). Um gato com elevados níveis de ansiedade pode também manifestá-lo através de comportamentos estereotipados de auto-apaziguamento como por exemplo excesso alimentar, como já foi dito e também excesso de «grooming» (Heath, 2009) por vezes, originando queda de pêlo e dermatites(Manteca et al., 2007).

Além de se lamber, o gato por vezes mastiga ou arranca deliberadamente o pêlo. Este comportamento de lambedura constante é normalmente direcionado a uma zona específica do corpo podendo as zonas afetadas serem extensas, como na barriguinha, por exemplo. Outros comportamentos estereotipados incluem correr em círculos, perseguir a cauda e vocalizar de forma intensa e repetitiva (Colin, 2010). Olho no seu filho!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Nina, sobrinha felina virando meme.

Meninao, lindo, procura família.
Pessoal, um amigo que tem uma gatinha, adotada de rua, me mandou esse email:

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Preciso de sua ajuda para anunciar a adoção de um gatinho que apareceu aqui no prédio.

Ele é menino, de pelo cinza tigrado. Nós vizinhos estamos procurando meios de arrumar um lar para ele.

Você pode anunciar aos gateiros que você conhece no Facebook e no Mães? É só procurar a mim ou minha mãe.

Já temos a Nina, outros vizinhos têm gatos em casa e o pessoal não tem muitas condições de ter outro em casa. Enquanto isso, estamos alimentando-o e dando água.

Bjs,
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Maes e pais, 

Eu tenho o número de celular dele e o residencial - do amigo, nao do felino. O gatinho  está em Senador Camará, Rio de Janeiro. 

Vamos ajudar esse rapazinho? Quem puder colocar o link no facebook, num grupo, qualquer lugar, eu agradeco. 

Beijos a todas!