quarta-feira, 4 de julho de 2012

Viajando e.....

Uma das viagens em família que eu lembro, que foi das mais doidas, foi uma com minha prima e meu último marido.... e as quatro crianças felinas no carro. A novidade era a Nina, que recolhemos grávida mas já tinha tido os filhotes, os quais já tinham sido doados. Nina não tinha lá muitos bons hábitos de higiene, era meio fedida e ladra. Mas ainda assim, era bonita, marmorizada e com aquele delineador nos olhos que deixa qualquer uma irresistível. Veio com a gente praquele passeio porque também era da família, ora bolas, e sempre viajávamos juntos.

Deixamos a galera naquele jejum pós viagem que todo mundo estava acostumado. Acordamos cedo e pé na estrada. Uma hora e meia depois, um fedor indescritível toma conta  do automóvel. Alguém tinha cagado, isto era fato consumado e inalado. Paramos e fomos tentar descobrir o autor. No caso, a autora: Nina, que nos olhava com aquela expressão que só faltava cantar "não sei , desconheço, isso nasceu aí!"

Limpamos e seguimos adiante, até felizes que não haveria mais o que defecar na pior parte do trajeto, que era a serra, onde não havia acostamento. Passamos no ponto de parada de sempre, revisamos o carro, a felinada e toca subir. 

Curva vai, curva vem e o negócio ficando cada vez mais parecido com um tango automotivo. Deu meia hora de serra, povo quase feliz e de repente, um fedor medonho. Não podia ser um pum. Para ser um flato, seria necessário que a pessoa tivesse comido feijoada em lata com repolho e ovo e bebido Caracu. Ou havia um zumbi peidorreiro escondido no carro, qualquer um dos dois. Teria que ser algo sobrenatural. 

Não havia meio de parar e o carro jogava. Ouviam-se miados sofridos, minha prima ficando verde no banco de trás, apenas frestas de janelas abertas - questão de segurança, vai que - e o bagulho cada vez mais louco. Eu tinha dúvida se era melhor ir mais devagar e jogar menos ou aflorar o Fangio que dormia em mim e acabar com aquela agonia.

-Mô, pisa fundo, peloamordedeus!


Marido decidiu por todos e lá fui eu, nas curvas da estrada que nem em filme da Jovem Guarda. Não satisfeita, passei pelo posto da PM e no quebra molas e em todos dali pra frente,  pulou  o transporte onde Nina viajava com Pêta e Fuzzy.  Eu via as patinhas pra lá e pra cá, como se fossem de crianças felizes brincando num pula pula....de merda. Literalmente. 

Quando paramos o carro ao chegar à casa e eu destravei as portas,  minha prima jogou-se no chão, sofrendo em plena agonia nasal e cerebral. Foi demais pros sensores olfativos no cérebro dela e desconfiamos até hoje que seus hábitos de higiene mudaram após esse evento, por absoluta incapacidade de sentir cheiros. Passado o espetáculo dantesco de minha prima, fomos abrir a mala para ver como estava a situação e lá estavam as três. 

Nina estava imaculada, como se a própria bosta a ela não aderisse. Pêta estava de cocô até o pescoço e Fuzzy completamente imunda, só se viam os olhos. Meu marido não conversou, furioso como ficou, pegou Nina e deu-lhe um banho frio, naquele inverno da serra. Secou de má vontade e nas outras meninas usou água morna e secador. Nina já estava restabelecida do banho gelado quando Pêta e Fuzzy, já secas e cheirosas, a cercaram na sala. 

- Monhoooimnhoimnhoiiiimmmm!* (trad livre: - Agora caga, desgraçada!)

Fizemos ouvido surdo aos clamores de Nina. Só quem estava atolado na merda até a cabeça sabe o quanto deve bater em quem o atolou.  Daquele dia em diante, Nina sempre viajou sozinha em cabine própria. Estranhamente, continuou passando seus faxes para Boston durante as viagens, sempre mais ou menos no mesmo trecho,  mesmo não tendo material para o fax, não importa o jejum. Devia esconder em algum recôndito dos intestinos.

7 comentários:

karina inamine disse...

Morri de rir...muito bom!

Linda disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Você é totalmente pirada! rsrrs
Amo muito isso aqui!
Sou nova no pedaço, vi a indicação do blog no blog da Luana "Hunfs".
Eu também sou mãe de quatro crianças. Sou ou era...A Lia fugiu fazem três dias e até agora nem sinal. Ela não estava no cio, acho que foi mera curiosidade de conhecer o mundo lá fora.
Já chorei, estou em oração para que ela volte, mas três dias e nada...acho que não volta mais.
O que me dá forças são os outros três, a Bia, o Rodolfo e o Bartolomeu.
Dói tanto né? Fica um buraco vazio...
Enfim, vida que segue.
Obrigada por me fazer rir um pouco.
Um abraço!

A. disse...

Meninas, rir é sempre boom!!! E como diz o Qran, abençoado o que faz seus amigos rirem. :)

Linda, vc mora em casa? Posso te ajudar com umas dicas pro povo não conseguir fugir.

Beijos pra todas!

Tacia disse...

Hahahahahahaha!!!!!!!! Adorei o post, vc é uma comédia!! Hahaha!!
Anna, encontrei seu blog pela internet, e adorei. Já i vários posts seus. Também amo gatinhos!!! No momento estou morando num apartamento que nao permite ter pets. =( Mas minha mae tem 2 gatinhas, e eu morro de saudades delas. Sao minhas meninas, mas estou morando longe, entao só consigo vê-las por fotos e pela webcamera. Seus peludos sao lindoss!!! beijinhos!

Renata disse...

Meninas:

Também passei muito por essa situação com minha Princesa Isabelle. Assim que casei fui morar em outra cidade e, nos feriados, vinha visitar minha família. A bebê era só entrar no carro que demarcava o território... Hoje já voltamos para nossa cidade natal, não viajamos mais e a bebê já é uma senhorinha de 14 anos muito bem educada...Saudades daqueles tempo em que ela era tão jovem e cheia de vida...Ela está doentinha e se preparando para um novo plano...Sua história me fez recordar...Obrigada!!!

Erica Lopes disse...

Parece até: "Um dia de merda - versão felina"... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!

Rodrigo disse...

True and sad history!!!

Linda: Se ela sumiu da sua casa, ela volta. Já "perdemos" gatos por uma ou duas semanas. Se mora em casa, deixe um pote de comida acessível somente a ela e repare se estão comendo!

Tacia: Isso é contra a lei. Basta dar uma peitada no síndico. Tem a lei nesse blog!!