
Todas as famílias que conheço que adotaram nenês felinos e tinham nenês humanos em casa tiveram algum tipo de acidente, de um lado ou de outro. Do lado felino, muitos com mortes - desde gente que joga o filho felino pela janela porque ele se defendeu de um puxão violento no rabo ou uma tentativa de arrancar olhos vinda do irmão humano até gente que simplesmente larga o filho felino na rua, pelo mesmo motivo...reagiu.
Adoção é pra ser uma coisa tranquila, e não fonte de problema. Se o filho felino já fazia parte da família aí é outro caso, já há o laço, ele conhece a casa, se esconde do filhote humano se sentir-se ameaçado, faz amizade se achar que deve. Um recém chegado tá lascado em todos os sentidos.
Um exemplo é esse aqui e nesse outro ainda tem adulto envolvido. A criança fica sozinha com o irmão felino e aí já viu. Tem criança que é má mesmo e tem as que são muito pequenas e as sem noção. Mas em todos os casos teremos pais que não explicarão aos filhos o que eles fizeram, que machucaram um ser vivo, que se fosse com eles iria ser horrível, ou obrigar a cuidar e ver os ferimentos e o sofrimento do amiguinho felino. A maioria dá a desculpa que traumatiza a criança. E pronto, podemos ter aí mais uma pessoa que vai maltratar animais porque não os perceberá como iguais em termos de sentir e sofrer. Não me arrisco, não arrisco o felino, porque ele não pode bater na casa do vizinho, ligar pra polícia, pedir ajuda.
Nunca doei um felino pra casa com crianças. Tenho amigas que doam só se conhecerem muito bem a família. Algumas doam só com crianças acima de 12 anos e se entrevistarem o pequeno. Eu sou mais radical, mas abri uma exceção pra uma menina de 16 anos, que já tinha outro felino e eu fui conferir. Depois do confere, acho que se ela for veterinária ou quiser abrir um hotelzinho, vou ser a primeira mãe de paciente/ mãe de cliente dela! Não me arrependo, é uma mãe maravilhosa. Mas uma exceção.