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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Levando Felinos na Cabine.

Quando resolvemos  a companhia aérea, escolhemos a TAP, cujos avioes menos queda tem pelo chao e podia levar animal na cabine. No site tinham as especificacoes para cabine e porao. Telefonei pra ter mais certeza: era comprar o petsmart flexivel, o mesmo aprovado pela United Airlines e tudo beleza. Pros do porao, mesmo petsmart, mas maiorzinho, rígido, com local pra comida, etc. 

Em que universo cabe um carrier aqui?
Beleza mesmo? Vamos ler aqui pra galera da cabine.

As dimensões da caixa de transporte não podem exceder 48cm de comprimento, 32cm largura e 25cm altura.


A caixa de transporte do animal deverá ser colocada por baixo do assento do passageiro responsável para que não seja obstruída a livre passagem na cabine.

Problema: debaixo do assento nao cabe nem nossos pés, quica a caixa que eles recomendam. Embaixo do assento tem um apoio, que simplesmente inviabiliza a colocacao da caixa ali! E olha que a minha caixa era flexível. Ficamos naquela sinuca e fui acomodada numa fila lá atrás, que nao dava pra reclinar. A minha cunhada foi lá na frente, já que ela tem quase um metro e noventa de altura. Nove horas e meia assim. 

Foi um pesadelo que comecou antes do aviao alcar vôo. Na hora de embarcar, já no finger, na fila pra entrar pela porta do aviao, um cara da TAP meteu a mao na minha mala de mao, dizendo que eu nao ia poder embarcar porque tinha muita coisa. Nao entendi lhufas, porque tinham nos cobrado quase mil dolares, tanto de uma mala extra de porao quanto de mao, já que eu estava com um carrier pros felinos. A confusao estava armada. O cara do check in tinha pesado minha mala de mao, COBRADO o extra e eu ali achando que estava tudo bem. O funcionario que veio pra cima de mim no finger gritava, eu apavorada porque estava com meus filhos e fiquei com medo dele chutar ou pisar o carrier e acabou que eles simplesmente levaram minha mala de mao embora. Nao fosse um passageiro ter ficado com pena e me dado um lacre, minha mala teria ido aberta. Dentro dela, fotos de avós e bisavós, coisas importantes. 

Notem bem: estávamos de acordo com o que estava no site. Em nenhum momento está escrito que ao levar um animal, você abre mao da sua bagagem de mao, até porque ela vai NO COMPARTIMENTO SUPERIOR e é UM DIREITO SEU, está incluso na passagem. O que é extra é o carrier do animal, e por isso é pago.  Paguei os que foram no porao, e tudo conforme as normas da IATA e da TAP. Gastamos uma nota! Se somar os carriers e o que pagamos de extra,  chega mais de dois mil dólares. 

Cuidado pais e maes: nao dá pra confiar, pelo menos na TAP. Informem-se com outros passageiros antes de escolher a companhia. As criancas chegaram bem, mas eu fiquei um trapo. Chorei a primeira hora e meia de vôo inteira e nada mais prestou a partir dali.

A mala? Ah, a mala de mao sumiu e só apareceu na quarta - chegamos segunda -  depois de várias pessoas  irem à página de Facebook da companhia reclamar. Tivemos que pagar o táxi até o aero pra ir pegá-la e ao abri-la, haviam coisas quebradas e um santinho de prata do meu avô, que tinha a minha foto, havia desaparecido.

TAP, nunca mais, pelo menos nao saindo do Rio de Janeiro. Desaconselhamos VEEMENTEMENTE a companhia para quem quer levar animais na cabine. 

terça-feira, 31 de julho de 2012

A Viagem.

Pois é. A viagem me fazia tremer de medo. Já tenho pavor de aviao - a oficina é no chao e espaco aéreo nao tem acostamento - mas a ideia de acontecer alguma coisa com meus filhos me surtava. Eu achava que o povo do porao ia congelar, que ia sumir, fugir, que monstros sairiam do chao e os comeriam - surto é surto e delirar faz parte.

Bom, meus mais velhos foram na cabine com pose de quem tem cartaozinho Gold de milhagem e tudo. Nem um pio, domiram quase o tempo todo. Ás vezes me chamavam pra cocadinha regulamentar de orelha, mandavam a Fuzzy calar a boca, mas só. Nao ligaram pro que eu tava comendo e sinceramente, nem eu. Tudo transcorreu na maior tranquilidade. Joao fez pose para fotos no aeroporto do Galeao e no de chegada. Abalou coracoes nas filas de embarque, enlouqueceu multidoes no check in. Nino ali firme aguentando o assédio. E Susanna, que era pra ter ido na cabine, teve uma crise de pombagira ao ser colocada no transporte de cabine e deu um soco na cara dos irmaos. Porao pra maria barraqueira.  Nao chegou lá a coisa mais limpa do mundo, mas estava tranquila.

Fuzzy Maria pintou o sete. No Galeao, dividiu os holofotes com Joao e andou no colo de meio mundo. Na aeronave, ficou com a madrinha lá na frente e dá-lhe maria macaneta, todo mundo metendo a mao. Me dá duas horas de voô e outra mae de felino - mas viajando sem os filhos - me chama.

-Olha, a sua pequenininha tá chorando a beca.

Estranhei porque ela estava com a madrinha. Estiquei a vista e vi que a dinda tava de fone de ouvido e jamais ouviria a minha filha. A MdF que estava no aviao se ofereceu pra pegar Fuzzy e eu aceitei no ato. Vai que ela passava mal? Ficamos entao nós 4 na última fila, com os assentos só pra gente. Fuzzy miou baixinho as quinze horas de viagem. Sério. Devia ir pro Guiness. Mas muito baixinho mesmo, ela só endoidava quando o aviao decolava ou descia. Aí era um manhanhanhaaauuugziusquemerdaehessa que chegava mesmo o povo a olhar. Mas como meio aviao ali queria fazer o mesmo, mas tinha vergonha, relevaram. 

Foram 9horas e meia só para os fortes. Tomei banho de suco de maca, tive que segurar mao na hora de decolar, cocar duas ao mesmo tempo e de olho no fecho pra nao abrir o transporte, dar água, conversar, colocar no colo escondido pra ver se chorava menos, conferir se tinham feito alguma coisa. Enfim, nao preguei olho e cheguei pra minha conexao simplesmente transida de sono. 

Eles? Cagando e andando. Nem querer sair do transporte na coleira na hora da troca de aviao quiseram. Dormindo estavam, dormindo ficaram e azar da mamae. Fuzzy continuava com o miumiumiueuqueroficarnocolo. Pau de dar em doido mesmo. Subimos no outro aviao. Novamente, problemas. Colocaram eles na business class. Fuzzy retomou o miauê, mas houve trégua. Claro que estranhei, fui ver se ela tinha morrido e religuei a vitrolinha, pra agonia de Wood e Peta Maria. Desmaiei na poltrona por uma hora e acordei quase no destino, passando mal de nervoso. 

Quando descemos, fomos pegar as bagagens - a TAP aliás, tá na linha de mira nesse lance de bagagem - e as criancas que estavam no porao chegaram ótimas, numa boa. Pra mae da Bionda, que me perguntou do xixi, eu respondo: colocamos no piso do transporte fraldas dessas especiais que vende em pet shop, colamos mais algumas com fita cola no teto e deu tudo certo. Só Susanna que chegou meio sujinha, mas porque ela soltou a fralda do chao e se enrolou nela como se fosse um burrito.Aconselho caprichar na fita crepe nas pontas pra deixar bem fixa e ao mesmo tempo fácil de trocar pelo pessoal de terra. Ainda demoramos mais resolvendo problemas criados pela TAP, mas eles aguentaram bem. Nao, nao dei remédio nenhum, isso desregula temperatura corporal e deixa o peludo à mercê. Se você tá acordado, você se defende. Chegamos. Estávamos, finalmente, todos juntos.


E aí vem aquela frase famosa: gato se apega à casa, nao ao dono. É mesmo? Explica isso pros meus. Quando abri os transportes, cheiraram tudo, comeram a comida que a nova avó trouxe, acharam a caixa de areia (por ser mais moderna, o povo ainda fica olhando) beberam água e se aboletaram. Fizemos uma tela provisória, a mocada tá apaixonada pelo movimento,pela janelona, pelo parapeito, pela tela provisória, pelo cochilo com a gente, pelas novidades. Amanha vamos colocar a galera no jardim, de coleira e ver no que dá. Na nossa experiência, gato é o ser mais adaptável que existe. E mais educado também.

Oquei, esquece a Fuzzy Maria nessa. Ainda penso em escrever ao Guiness.

Viajando! - Levando seus filhos pra Europa!

Os preparativos pra uma viagem desse tipo comecam quatro meses antes dela. Sim, quatro meses. Explico.

Pra você entrar na Uniao Européia com seus filhos, é um processo trabalhoso, mas vale a pena. Você tem que ter, ao chegar no país, o CZI (certificado zoôsanitário internacional) e o laudo de anti rábica, além do microchip implantado. O CZI é dado no Brasil, na Vigiagro dos grandes aeroportos, e o laudo de anti rábica só é emitido pelo CCZ de Sao Paulo. O microchip é encontrado em qualquer vet, mas cuidado: tem que ser o que bate com os conferidores aqui da UE! Pra obter o CZI, você precisa ter o laudo, o certificado de vacinacao, um atestado de saúde (dado por qualquer veterinário) e o número do microchip.

O atestado é um capítulo à parte: vou colocar o texto num post só pra isso, porque eu e minha cunhada tivemos que voltar ao vet e depois de novo ao aero por conta da falta de uma informacao. Quero isso pra ninguém nao.


Vamos ao comeco. Digamos que você queira viajar em 18 de Agosto. O calendário seria este aqui (clique para abrir a foto em tamanho maior). Você precisa estar extremamente atenta às datas, ou pode se enrolar muito. A escolha do profissional que vai fazer a coleta do sangue é importantíssima, assim como a compra do microchip. Nós aqui compramos o da Biotech, funcionou. Nao aconselho olhar a agulha na hora que implanta, é enorme. Eu quase desmaiei. Eles nem miu nem piu, mas em mim doeu. 

A coleta do sangue deve ser feita por uma pessoa capacitada e o sangue centrifugado para separacao do soro e depois congelado. Nós fizemos isso no Hospital Veterinário Botafogo, inclusive o atestado, com a Dra. Fabiola Lobo e com a Dra. Adriana. Tudo superbem feito e tranquilo. A Dra. Erika fez a parte bioquimica e tudo correu bem. O problema é fazer a amostra chegar a Sao Paulo.

Tentamos burlar os correios, nao funcionou - nem tentem. A nossa sorte é que o pessoal da Ag. Voluntários da Pátria foi fora de série e quando a amostra bateu no aeroporto e voltou, eles colocaram na geladeira. Sem eles, iam furar meus filhos de novo - sim, porque tivemos problemas na primeira coleta.

Entao, como fazer? No nosso caso, dirigimos até Sao Paulo, deixamos a amostra e voltamos no mesmo dia. Os mineiros podem contar com a Tecsa. Os cariocas estao ferrados, porque aqui nao tem empresa que faca e os veterinários que trabalham com exportacao de animais nao vao te dar dica nenhuma. (Nao, o pessoal do Hosp. Vet. de Botafogo nao trabalha com isso.) Teve gente dando ideia de pegar sangue de outro gato que more mais perto do CCZ - realmente, nao tem como identificar o animal - mas toda vez que eu tentei sair da linha deu merda. Nao tenho cancha de malandra nem perfil pra fora da lei, entao a gente preferiu ir a SP mesmo. Movimentei minha cunhada para a viagem e mais uma amiga que foi pegar o resultado e me enviou. Tenso. Fico pensando que quem mora longe de Sao Paulo (imagina uma mae ou pai do Amazonas) vai suar, porque vai ter que fazer via veterinário. Já alerto que a maioria mete a mao.

Teve um no Rio que queria me cobrar 500 reais por felino (mais 200 reais do microchip), sendo que o exame custa 150 reais. E eu ia mandar exame dos seis. Desconto no transporte? Claro que nao. O que me cobrou mais barato foi o Dr. Rodrigo, na Barra da Tijuca. 380 reais por animal, mais o microchip, 120 reais. Detalhe, se você compra o microchip, custa em torno de 50 reais. Entendo que existe o trabalho da pessoa, mas vamos combinar que cobrar 500 reais num exame que custa 150 é meio brabo. E cobrar 120 pra implantar um treco que você comprou por 50 reais e nao leva nem cinco minutos....complicado também.  Mas, enfim, nao sei implantar microchip....ainda. Bom, o laudo do CCZ sai em 15 ou 20 dias úteis, mas é mais um prazo para evitar problemas (vai que atrasa, etc.)  que um prazo per se.

O laboratório de Zoonoses do CCZ de Sao Paulo é hiper profissional. Cuidadosos, respondem aos emails, prestativos ao telefone, amigáveis, tudo de bom. Aliás, foi assim o tempo todo em Sampa: gente solícita e pronta a ajudar. Sinceramente, amei o jeito paulista de ser e de trabalhar. Dra. Ana, Dra. Alice, Silvana, todas maravilhosas!

Por incrível que pareca, o que pode te dar mais dor de cabeca é a companhia aérea. Nao voem TAP se quiserem ir com os felinos na cabine, já aviso. Eles afirmam poder levar animais com os passageiros, mas é tudo mentira: eles dizem que o transporte tem que medir 115cms no total, mas o espaco embaixo dos assentos nao dá pra nada e se você embarcar no Rio, a incompetência assusta. Enviar via cargo é super tranquilo, chega todo mundo bem, mas nao te iludas no conto da cabine. Documentem tudo, todas as promessas e nao embarquem sem estar tudo de acordo com o prometido. Atrasem o voô, segurem, chamem a polícia, pintem o diabo, mas nao deixem a aeronave sair sem estar tudo como deve ser. Eles cobram, nao é barato e uma brincadeira dessas pode te comer pelo menos 150 dólares por felino.

Entao, vamos lá: você já tem o microchip, já tem o laudo, fez as reservas. O que falta? O atestado de saúde e a compra dos transportes. 

O atestado vai em post extra. A compra dos transportes, mais uma vez, abram o olho. Eu comprei EXATAMENTE o que me orientou a TAP e deu problema. Documentem tudo, tenham tudo impresso. Nao deêm bobeira porque depois pra correr atrás de sumico de mala ou coisa pior é complicado. Guardem todas as notas, tudo!!!

E boa viagem!